terça-feira, 8 de maio de 2012

Segundo dia tem discussões no auditório e no bandejão – veja fotos

A inserção de transexuais e travestis no cotidiano do campus da UFMG marcou o segundo dia do Encontro. Além das palestras, oficinas e GTs realizados na Faculdade de Educação, @s participantes do evento almoçaram e jantaram no restaurante universitário, provocando a ampliação do horizonte de discussões dos frequentadores usuais, a maior parte, alunos e funcionários da universidade.
Veja as fotos aqui.



O evento se encerra nesta quarta com uma visita ao Instituto Inhotim. Acompanhe aqui a programação completa.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Veja as fotos do primeiro dia do Encontro

Começou ontem o 7º Encontro de Travestis e Transexuais da Região Sudeste. Com palestra do transhomem João Nery e a presença de representantes do poder público federal, estadual e municipal, o evento reuniu na Reitoria da UFMG dezenas de travestis, transexuais, professores e pesquisadores. Veja as fotos aqui.


O evento continua hoje e amanhã, na Faculdade de Educação da UFMG. Acompanhe aqui a programação completa.

sábado, 5 de maio de 2012

Palestra de abertura do 7º Encontro de Travestis e Transexuais da Região Sudeste será com o escritor trans-homem João Nery




João W. Nery ganhou, recentemente, destaque na imprensa nacional devido ao lançamento do livro "Viagem Solitária: memórias de um transexual trinta anos depois” (Editora Leya). O escritor pode contar no seu currículo entrevistas para o Programa do Jô e para a jornalista Marília Gabriela. Mas o ativista e escritor não se enquadra, nem se deixa enquadrar no rótulo de celebridade: "Meu aparecimento na mídia foi para dar maior visibilidade aos trans-homens, que sofrem, além de tudo, a pecha de serem mulheres que recusaram o seu destino reprodutivo, coisa inaceitável numa cultura judaico-cristã". Abaixo, leia entrevista com o escritor e ativista.

Em algumas entrevistas, você se define como um trans-homem e diz rejeitar a palavra homem. Por quê?

Na verdade, sou contra as marcas identitárias, pois as acho limitantes dentro da pluralidade que cada uma contém. No entanto, para se fazer mais inteligíveis, prefiro esta forma trans-homens, porque torna-se um substantivo e não uma qualificação como transexual masculino. Além do mais, foge dos binarismos homem/mulher, masculino/feminino.

Sua militância é recente e, em algumas declarações públicas, você afirmou ser por causa do aumento do número de LGBTs assassinados no país. Além dessa causa – que é importantíssima – em que você acha que o seu engajamento pode contribuir para a causa LGBT e, em especial, para os trans-homens?

Meu livro é a única autobiografia escrita em português. Ele tem servido como instrumento de esclarecimento e ajuda para muitas pessoas. Meu aparecimento na mídia foi para dar maior visibilidade aos trans-homens, que sofrem, além de tudo, a pecha de serem mulheres que recusaram o seu destino reprodutivo, coisa inaceitável numa cultura judaico-cristã. Sou mais um estudioso do assunto e agora, com a publicação do “Viagem Solitária”, acabei entrando numa viagem solidária, na qual dou palestras e contribuo também com a minha própria experiência pioneira.

Seu primeiro livro foi prefaciado por Antônio Houaiss e, em seu segundo livro, você fala de uma convivência com Darcy Ribeiro, amigo de sua família. De que maneira a proximidade com esses dois grandes intelectuais contribuiu para a sua formação e para seu atual engajamento?

Meu livro foi encaminhado para o Houaiss por uma amiga comum. Ele leu, gostou e sem que eu o solicitasse, me presenteou com o prefácio. Quanto ao Darcy Ribeiro, foi uma convivência longa e bem mais íntima desde a minha adolescência. Ele teve uma decisiva influência no meu modo de pensar e agir. Aprendi a não temer as palavras, a desconstruir o dito “universal inabalável”, a ter coragem para enfrentar posições chauvinistas e, sobretudo, mergulhar no mundo da curiosidade intelectual, me envolvendo no mundo do debate e do conhecimento.

Qual a sua expectativa em relação ao evento?

Que gere muitos frutos positivos em todos os sentidos para @s transidentidades. É uma grande oportunidade para tod@s serem ouvid@s quanto às suas necessidades e desenvolver propostas de ações mais concretas e direcionadas.

Você vai coordenar um dos Grupos de Trabalho relacionado à saúde pública. Qual a sua opinião sobre as políticas públicas para os e as transexuais nessa área?

Quase não há nenhuma. Há dificuldade de acesso, discriminação e preconceito dentro do próprio SUS, que, aliás, são pouquíssimos [acessos] diante da imensa demanda e não atendem a todas as necessidades d@s trans. É importante que se discuta a despatologização como também o pretenso “diagnóstico” do transexual “verdadeiro” e suas exigências desde a idade mínima de 21 anos. Cabe propor ainda incluir demais transgêneros que não se identificam como transexuais e que também precisam de assistência. Deve-se rever a questão da exigência de 2 anos de espera e a psicoterapia compulsória. Fundamental também seria a questão da mudança da documentação independente da cirurgia de transgenitalização, como já existe em outros países.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Palestra de Laerte Coutinho é cancelada

Em função dos acontecimentos recentes, LAERTE COUTINHO cancelou sua participação na abertura do 7º Encontro de Travestis e Transexuais da Região Sudeste e 1º Encontro Nacional da Rede Trans Educ. Conforme noticiado pela imprensa nacional, Laerte teve sua casa assaltada nesta semana e perdeu grande parte dos últimos 12 anos de seu trabalho. A organização do evento lamenta a ausência de Laerte e deseja boa sorte na recuperação do material.

A palestra de abertura, no dia 6, no auditório da Reitoria da UFMG (Campus Pampulha), será ministrada pelo escritor e ativista JOÃO W. NERY, autor do recém-lançado “Viagem solitária: memórias de um transexual trinta anos depois” (Editora Leya). Conheça um pouco mais sobre João W. Nery na entrevista dada por ele no dia 30 de abril no Programa do Jô (assista aqui). A palestra será realizada às 18h e é aberta ao público.